Páginas

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A história do meu Bairro...

MESSEJANA E SUA HISTÓRIA

Messejana foi criada como “freguesia” no dia 1º de janeiro de 1760 pelo Governo de Pernambuco, com o nome de Vila Nova Real de Messejana da América, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, assim estabelecida pelos primeiros jesuítas que aqui chegaram. Logo depois foi sancionada a Lei 83, pelo então presidente José Martiniano de Alencar, instituindo uma primeira administração composta pelo o Vigário com seu Coadjutor, os dois Padres seculares: Padre Manuel Pegado de Siqueira Cortez e Padre Caetano Ferreira da Silva.
A imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, que veio de Paramirim (Pernambuco), foi colocada na primeira aldeia chamada de Paupina e depois trazida para a Igreja de Messejana. Em 1º de outubro de 1871, pela Lei 1445, Messejana foi elevada para Paróquia.
No entanto, a Paróquia só foi criada canonicamente, no dia 20 de fevereiro de 1873, conforme provisão Episcopal do Bispo da época, Dom Luis Antônio dos Santos.
Messejana como Paróquia possui 2 grandes fases: a 1ª (1760 - 1873), considerada fase inicial, dirigida pelos Jesuítas; a 2ª (1873 - atualmente), dirigida por Padres seculares teve seu primeiro Vigário o Padre José Ferreira da Ponte.
Ainda na primeira fase, antes de ser canonicamente reconhecida, em 1881, o Padre Luis Barbosa Moreira assumiu a Paróquia. Pelo seu trabalho intenso nas obras sociais de Messejana, o Vigário Padre Pereira sugeriu colocar seu nome na escola das Josefinas, o Patronato Padre Luis Barbosa Moreira.
Em 1922, ocorreu uma grande reforma na Paróquia. Em 1930 esteve à frente o Padre Raimundo Monteiro Dias, em 1937 assumiu o Padre João José Cavalcante e de 1938 a 1980 esteve o Padre Francisco Pereira da Silva, depois Cônego Francisco Pereira.

Fonte: Lúcio Bilhar (livros)

OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A FUNDAÇÃO DE MESSEJANA

Mediante Alvará datado de 08 de maio de 1758, o Governador de Pernambuco elevou Paupina à categoria de Vila, sendo a mesma inaugurada em 1º de janeiro de 1760.
Na época, Messejana foi a quarta vila de uma série de inaugurações. Antes dela haviam sido inauguradas as vilas de Viçosa (07-07-1759), Caucaia (15-10-1759) e Arronches - hoje Parangaba (25-10-1759).
É certo que, antes da inauguração da vila, houve muitos acontecimentos, como: a passagem da Comitiva de Pero Coelho que rumava para a Capitania do Maranhão, a passagem, ainda que de forma rápida, dos Padres jesuítas Francisco Pinto e Luis Figueiras, além, é claro, da nominação oficial dada a Aldeia de Paupina, por ordem do Governador Geral Francisco Bezerra de Menezes através de Carta Régia datada de 18 de março de 1663. Este ato oficial denomina a então aldeia, com o nome de Aldeia de São Sebastião da Paupina. Portanto, 1607 não representa, de forma alguma, o ano de fundação de Messejana. Nada confirma isso.
Os Padres Francisco Pinto e Luis Figueiras passaram muito pouco tempo na Aldeia, que já existia. Não há registros de nenhum marco ou documento escrito dando conta da fundação de Messejana àquela data.

Oficialmente podemos contar com duas datas a serem comemoradas:

1) 18 de março – dia em que a Carta Régia foi escrita denominando de Aldeia de São Sebastião da Paupina, a então aldeia potiguara, fato ocorrido em 18 de março de 1663.
2) 1º de janeiro – data da inauguração da Vila de Messejana, até então aldeia de São Sebastião da Paupina, passando a se chamar daí em diante de Vila Nova Rela de Messejana da América. Fato ocorrido em 1º de janeiro 1760,
É extremamente importante que a comunidade tente resgatar a história do lugar. Contudo, pode ser muito prejudicial usar datas fictícias para a promoção de festas de aniversário que em nada contribuem para a Cultura local. O que a comunidade precisa de fato, é buscar soluções para os graves problemas que Messejana enfrenta, como: o trânsito caótico na área central, o crescimento desordenado, a depredação constante de nossa lagoa, o avanço indiscriminado do comércio sem áreas de estacionamento, a obstrução de ruas de forma indevida, a poluição visual em excesso e a falta de memória sobre nossa terra.

Por Edmar Freitas

MAIS SOBRE A ORIGEM DE MESSEJANA

Messejana originou-se de uma aldeia de índios Potiguaras que, segundo o historiador cearense Antônio Bezerra, no seu livro, "Algumas Origens do Ceará", já existia antes da chegada do capitão-mor Pero Coelho de Souza em 1603.
Em 1607, procedentes de Pernambuco e em trânsito para o Maranhão, chegavam ao Ceará, os padres Francisco Pinto e Luís Figueira, missionários da Companhia de Jesus. Eles desembarcaram próximo à foz do rio Jaguaribe em companhia de alguns índios cristianizados. (O Pe. Francisco Pinto já era conhecido e querido dos índios locais, tendo em vista haver estado entre eles em missão catequética). De Jaguaribe rumaram a pé, sempre afastados da costa, seguindo a rota que os indígenas conheciam para alcançar o Maranhão. À medida que caminhavam, "Iam reforçando a comitiva de novos selvagens parentes ou conhecidos que já vinham agregados a ela". Chegando à primeira aldeia potiguara, que mais tarde receberia o nome de São Sebastião da Paupina, os missionários se "limitaram apenas em comunicar-se com os índios e instruí-­los, e os deixando sossegados, prosseguiram viagem".
Conforme o Barão de Studart, na sua obra "Francisco Pinto e Luis Figueira", no dia 11 de janeiro de 1608, o Pe. Francisco Pinto era trucidado pelos índios Tocajirus. Diante disso, o Pe. Luís Figueira desistiu de prosse­guir viagem e, a 19 de agosto desse mesmo ano embarcou para o Rio Grande do Norte. Escreveu o livro "Relação Maranhão", narrando a dramá­tica viagem que fizera a Ibiapaba com o Pe. Francisco Pinto, resultando na morte deste.
De acordo ainda com o Barão de Studart na "Revista do Instituto Histórico do Ceará", Tomo XXXVIII, na seca de 1612, os índios do Jaguaribe, acreditando que o Pe. Pinto, por milagre, poderia fazer chover, foram a Ibiapaba, examiaram-lhe os ossos e "os trouxeram para umas aldeias de índios". "O chefe Potiguara, Felipe Camarão, beijou e abraçou reverentemente os despojos e fez construir uma igrejinha especial para onde foram levados num andor em procissão e ali sepultados" (esta igrejinha parece ser a primeira igreja de Messejana no local onde é hoje o centro de formação).
Segundo o historiador jesuíta Serafim Leite, citado por Aires de Montana na "Revista do Instituto Histórico do Ceará", a palavra Paupina seria a aglutinação do nome de Padre Pinto (Pai Pina), tratamento que os selvagens dispensavam à memória do grande missionário.
Conforme Guilherme Studart , em "História do Ceará", o nome Paupina foi substituído por Vila Nova Real de Messejana da América, inaugurada em 10 de janeiro de 1760, conforme ata assinada pelo Desembargador Ouvidor Geral da Comarca de Pernambuco Bernardo Coelho da Gama Casco, juiz executor da diligência. A palavra Messejana, segundo José de Alencar ("Iracema", 2a edição), é de origem Tupi e significa "Lagoa ao abandono" e deve ser escrita com C - Mecejana . Todavia, é um vocábulo de origem portuguesa, tendo que ser escrito com SS. – Messejana.
Foi a partir de 1870 que teve o início o processo de urbanização, transformando a vila em município, mas uma outra recolocou Messejana novamente na condição anterior até 1921, quando Justiniano de Serpa a rebaixou de novo a distrito. Vários fatores ajudaram a desenvolver o referido distrito: o comércio, a produção de algodão e o seu escoamento para Fortaleza para ser exportado, o trabalho de libertação dos escravos de Messejana, fato este graças à "Sociedade das Libertadoras Cearenses", movimento que teve participação efetiva de mulheres da terra de Iracema.
O bairro também foi berço de nomes ilustres como o escritor José Martiniano de Alencar e o ex-presidente Castelo Branco.
A primitiva freguesia de Messejana foi criada pelo Bispo de Olinda, Dom Francisco Xavier Aranha, a 05 de fevereiro de 1759, e inaugurada a 10 de janeiro de 1760, com a criação da vila nova real de Messejana da América, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, invocação esta já adotada pelos jesuítas desde a edificação da capela primitiva construída pelos mesmos em 1750. Perdurou como Freguesia durante 90 anos.
A quatro de agosto de 1849, pela lei 485, a freguesia de Messejana juntamente com o vigário Pe. Pedro Antunes de Alencar foi transferida para Maranguape sob a invocação de Nossa Senhora da Penha. A igreja matriz da freguesia Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Messejana, passou mais de duas décadas como simples capela, assistida pelo vigário de Maranguape e seus auxiliares que eram enviados a Messejana a fim de suprirem as deficiências maiores.
A atual Paróquia de Messejana é proveniente da lei 1445 de 12/10/ 1871, porém, só instituída canonicamente a 20 de fevereiro de 1873, conforme provisão episcopal de D. Luis Antonio dos Santos.
Em 1938, assume a paróquia de Messejana o Pe. Francisco Pereira da Silva que permanecendo por mais de 40 anos, foi autor de grandes empreendimentos: Reforma da Igreja abrindo uma arcada maior, entre a nave e o altar­mor, montagem do relógio na torre, construção do salão Paroquial inaugurado a 31/08/1954 com o nome Pio X, em homenagem a Sua Santidade o Papa, construção da casa Paroquial, hoje secretaria paroquial e o Patronato Pe. Luiz Barbosa Moreira
Monsenhor Antônio Souto, cativante e acolhedor, iniciou seu pastoreio visitando durante a semana, todas as noites as comunidades, sobretudo mais distantes com seu carro-som fusquinha. Sua passagem em Messejana ficou inesquecível: Através das celebrações eucarísticas foi convocando as pessoas e construindo comunidades. Implementou o ECC, movimento que engajou vários casais em pastorais, CEBs, movimentos e sindicatos, apoiou a criação da escola de catequese para catequistas (A escola de catequese formou várias turmas de catequistas e funcionou de 1985 até 1992. Os dois últimos anos em Lagoa Redonda ).
Incentivou a festa dos padroeiros nas comunidades, a Festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição com grandes caminhadas todas as noites vindas das mais distantes comunidades. Contribuiu ainda através de projetos de construções de templos nas comunidades que iam se organizando. Construiu a quadra no terreno ao fundo da casa paroquial, que serviu para importantes momentos de Assembléias e encontros tais como as semanas de arte que aconteciam no mês de julho e eram promovidas pela pastoral de Juventude. Em 1986, acolhendo uma solicitação das CEB 's, cedeu uma casa para ser centro de formação da Região Metropolitana llI. Sua inauguração aconteceu em 1987.
Em 1990, assume a Paróquia o Pe. José Maria Cavalcante. Em 1991, Pe. Álvaro e Pe. Ribamar foram residir no Parque S. Miguel e o Pe. Gilson Soares foi nomeado vigário paroquial de Messejana. Frei Martins (OFM) e o grupo de jovens iniciaram um trabalho de presença na Lagoa Redonda. Neste mesmo ano pela decisão da Assembléia Paroquial e depois regional a Paróquia de Messejana foi descentralizada em sete áreas pastorais: Palmeiras, Barroso, Guajeru, Lagoa Redonda, Pisando no Chão Novo (São Miguel, São Bernardo), área da BR e área Centro (Matriz).
Entre 1992 e 1995 assumiram a paróquia os Monges Beneditinos. No dia 02 de julho de 1995 assume como Pároco Pe. Alderi Leite. Neste mesmo dia aconteceu uma assembléia no centro de Formação D. Aloisio Lorcheider, definindo "oficialmente" as áreas a nível pastoral com seus respectivos padres e sua autonomia Pastoral. No dia 10 de fevereiro de 2006 Padre Daniel Morais assume a Paróquia de Messejana. 

MESSEJANA ANTIGA

Messejana - um distrito muito agradável. Era praticamente como era conhecida por muitas pessoas. Mas a história conta também que Messejana foi uma pacata aldeia habitada pelos índios Potiguaras. Recebeu seu primeiro nome em 1663, quando passou a ser chamada de Aldeia de São Sebastião da Paupina. Em 1760, foi elevada à categoria de Vila, passando a denominar-se Vila Nova Real de Messejana da América. De lá para cá seu crescimento foi desenfreado em todos os setores. Messejana é berço do famoso escritor José de Alencar, que muito orgulho traz para este terra abençoada. Como ponto turístico, a Casa de José de Alencar é mantida em perfeitas condições, além de um museu histórico no local.

MESSEJANA NA ATUALIDADE

As mudanças de Messejana nunca cessaram e seu crescimento também. Sua população atual gira em torno de 45 mil habitantes e tem sua economia, principalmente, voltada para o comércio, que vem em um contínuo desenvolvimento, gerando mais emprego e renda para a população local.
Em Messejana pode se encontrar praticamente tudo. Na área da Educação existem bons colégios, atendendo à demanda de toda a população. Para o lazer inúmeras churrascarias, restaurantes e casas de shows, além de incontáveis mercearias, bons supermercados e mercadinhos, muitas farmácias e agências dos principais bancos. O comércio de eletrodomésticos marca presença acentuada, com as principais lojas de Fortaleza marcando presença em Messejana.
As indústrias de castanha, bebidas e confecções da área também estão em pleno desenvolvimento. Na área de Saúde existem o "Frotinha" (Unidade hospitalar do Instituto Dr. José Frota) o "Gonzaguinha", inaugurado no governo Gonzaga Mota, o Waldemar de Alcântara, além de outros hospitais e postos de saúde. Destaque especial para o Hospital do Coração, unidade hospitalar de referência, conhecida nacionalmente pelos serviços de alta qualidade e tecnologia que oferece ao público local e de todo o Brasil e pela competência dos profissionais que ali trabalham.
Há que se reportar ainda, a tradicional Feira Livre de Messejana, que acontece há muitos anos aos domingos, a qual proporciona centenas de empregos diretos para feirantes além de mais 3 mil empregos indiretos. Em Messejana, que significa "lagoa abandonada", em tupi-guarani, nasceu e viveu o grande romancista José de Alencar. Diz a história que às margens da lagoa de Messejana José de Alencar se inspirou para escrever sua primeira obra, o romance Iracema, que lhe trouxe consagração. A Lagoa de Messejana recebeu melhorias no setor de urbanização recentemente, tornando-a uma das principais áreas de lazer do bairro, atraindo visitantes de toda a cidade e muitos turistas. Com a implantação da Estátua de Iracema, idealizada pelo arquiteto Leonardo Fontenele, a personagem tomou forma transformando-se no principal ícone do bairro. Com 13 metros de altura e um visual espetacular a Iracema está totalmente incorporada à paisagem de Messejana.
A Casa de José de Alencar também é um dos pontos turísticos de Messejana. Tem sua estrutura original preservada até os dias atuais. Esse ponto histórico e cultural possui um museu onde consta um acervo composto por livros, fotografias, quadros e objetos pessoais do autor, além de restaurante aberto ao público. Vale a pena conhecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário